Direito à hospitalidade e a necessidade de instituições

reflexos da "Operação Acolhida" na construção de uma integração social afetiva

Autores

Resumo

Um mundo interconectado onde as fronteiras nacionais se tornaram mais permeáveis denota que os problemas internos de um país não ficam mais isolados, impondo o envolvimento dos seus vizinhos regionais em alguma medida. Prolongada por décadas, a crise humanitária vivenciada pela Venezuela, fez com que o Brasil, como um de seus vizinhos, necessitasse estabelecer medidas de acolhimento tanto para não impedir a entrada de milhares de pessoas necessitadas de refúgio, como para que este não se transformasse em um problema regional junto ao Estado de Roraima (local da fronteira terrestre entre os países). Essa necessidade impôs que instituições fossem estabelecidas para dar efetividade ao acolhimento e a interiorização. Dentre as formas de interiorização, aquela realizada através de vagas de emprego já estabelecidas e intermediadas de forma institucional se destacam, sobretudo, denotando particularidades úteis no entendimento do que possa ser uma boa sistemática de acolhimento, a fim de garantir a integração. Logo, migrantes e refugiados estão acobertados por um Direito à Hospitalidade, um sistema transnacional de garantias que vislumbra o direito ao trabalho e a busca da dignidade e da autonomia perdidas como um dos seus principais pilares. Mas nada disso é possível sem que haja instituições capazes de dar efetividade a essas garantias. Eis a relevância histórica, teórica e prática da Operação Acolhida construindo um arcabouço nacional de como proceder em situações de crise. Um sistema construído in loco e in tempus de acordo com as realidades vislumbradas.

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Biografia do Autor

Rodrigo Almeida Martins, Universidade Federal de Santa Catarina

Graduado em Direito pela USF e Filosofia pela UFSC. Mestre e Doutor em Filosofia pela USFC. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFSC. Oficial do Exército do Quadro Complementar de Oficiais da especialidade em Direito. Vinculado à Assessoria de Apoio para Assuntos Jurídicos do Comando da 14ª. Brigada de Infantaria Motorizada. Membro do 15º. Contingente da Força-Tarefa Logística Humanitária – Operação Acolhida no período de dezembro de 2022 a maio de 2023. E-mail: jusadbellum1978@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0009-0003-7980-8706. Lattes: http://lattes.cnpq.br/9924624911416763.

Rafael Henrique Mendes dos Reis, Universidade Federal de Santa Catarina

Discente da 10ª. fase da graduação em Direito na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Monitor da disciplina de Direito do Trabalho da UFSC. Membro do Núcleo de Estudos Avançados em Direito do Trabalho (NEATES/UFSC). Editor da Revista Acadêmica de Direito Avant. Militar da reserva (soldado) do Exército Brasileiro, com atuação especializada na Assessoria de Apoio para Assuntos Jurídicos da Organização Militar e agraciado com Referência Elogiosa pelo senhor Coronel de Infantaria Comandante do 63º. Batalhão de Infantaria pela função desempenhada. E-mail: sofaelreis@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0009-0004-3186-0019. Lattes: http://lattes.cnpq.br/6030650883818372.

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Publicado

2023-10-22

Como Citar

Almeida Martins, R., & Mendes dos Reis, R. H. (2023). Direito à hospitalidade e a necessidade de instituições: reflexos da "Operação Acolhida" na construção de uma integração social afetiva. IUS GENTIUM, 13(2), 87–119. Recuperado de https://revistasuninter.com/iusgentium/index.php/iusgentium/article/view/705

Edição

Seção

Artigos