Informação online e seu metarreceptor
DOI:
https://doi.org/10.21882/ruc.v5i8.685Resumo
O advento do digital na área da informação mudou profundamente, em menos de duas décadas, o universo das mídias. Iessa emergência levou a um questionamento sobre a noção de público e de mídia, o público não é mais a audiência inerte de sondagens e pesquisas de opinião, ele tornou-se um ator ativo, um metarreceptor cuja “zona proximal de desenvolvimento”, para usar o conceito de Lev Vigotski, a internet aumentou significativamente. Uma das primeiras consequências desse coming out dos públicos corresponde ao desaparecimento parcial do que Eliseo Verón chamava de "interfaces midiáticas", ou seja as instituições, os dispositivos, os mediadores que geram e garantem a relação entre o cidadão, o espaço público e político e, acima de tudo, o campo jornalístico. Quanto aos suportes, são as plataformas que, a partir de agora, podem garantir essa relação e, muitas vezes sozinhos, os algoritmos de robôs. Quanto aos conteúdos e locutores, a coroação do amador ou do especialista, a partir da prática do blogging, onipresente nas edições do Huffington Post, é um fato consumado. O jornal online transformou-se em um texto-percurso, que repousa sobre uma nova prática de consumo, de questionamento e de verificação da informação, prática indexada e traçada a qual o público, consciente ou inconscientemente, faz a sua parte contribuindo para a visibilidade e a hierarquia dos acontecimentos, mas também para monetização do novo capitalismo cognitivo.
DOI: http://dx.doi.org/10.21882/ruc.v5i8.685
Recebido em: 25/10/2016
Aceito em: 30/05/2017
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