Recepção Clássica e discurso científico em Dark
DOI:
https://doi.org/10.21882/ruc.v9i16.847Resumo
Dark é uma aclamada série alemã em três temporadas (2017; 2019; 2020), criada pela roteirista Jantje Friese e dirigida por Baran bo Odar, contando com distribuição pela Netflix. Em seu jogo contínuo de suspense, esse intricadíssimo enredo esbanja referências das mais diversas ordens para construir uma narrativa complexa em termos de temporalidade, simbologia e sentido: a mitologia clássica, a tradição religiosa judaico-cristã, o ocultismo medieval e a ciência moderna são algumas das fontes importantes para a compreensão desse universo ficcional. Nosso propósito aqui é sugerir de que modo as referências a elementos clássicos e judaico-cristãos (mesmo quando refratados por autores modernos, como Nietzsche) contribuem para a construção de um sentido da trama em chave mítica e trágica ao longo da maior parte de suas três temporadas. O desenlace da série, contudo, em seu último episódio, parece oferecer uma espécie de contraponto a essa impressão geral e, à luz disso, pretendemos reorientar nossa análise.Downloads
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