A (im)possibilidade da memória cultural identitária na diáspora:
uma reflexão a partir da narrativa sonora de Isabel Novela e o questionamento sobre a “moçambicanidade”
Resumo
A proposta da globalização, enquanto um projecto à humanidade, vende uma utopia que sugere a ideia de que todos os povos e quadrantes são “iguais” perante as leis que regem o funcionamento de tal globalização. Sucede, porém, que, no contexto cultural, somente as hegemonias são imponentes neste espaço que se queira global. Somente as hegemonias culturais podem constituir-se potenciais actores no processo de aculturação, na medida que têm a prerrogativa de impor um formato de vida às classes com menor poder dominante. Nesta lógica, identificamos o africano na Diáspora enquanto um potencial “recipiente” de acomodação axiológica alheia, tendo a arte por si produzido como a evidência dessa absorção de valores diaspóricos, na medida em que migra à nova absorção ideológica que resvala a possível “ditadura estética ocidental”. É neste prisma que, com a (im)possibilidade da memória cultural identitária na diáspora: uma reflexão a partir da narrativa sonora de Isabel Novella e o questionamento sobre a “moçambicanidade”, nos propomos compreender o lugar da Memória cultural na produção musical de uma artista moçambicana que se encontra a residir na Diáspora. Metodologicamente socorremo-nos da Dialética, com recurso à hermenêutica, e tomamo-la por bússola que nos permitiu percorrer o caminho que nos levou às respostas das nossas três questões, tendo depreendido que, embora o africano na diáspora esteja mais exposto à alienação, a diáspora por si só não impõe a “ditadura estética” — deixa esse exercício a cargo do artista.
Palavras-chave: Cultura. Valores. Identidade. Memória.
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