Estudo comparativo entre tratamento não medicamentoso e tratamento hormonal na transição menopausal

Autores/as

Resumen

A transição menopausal tem diferentes representações na vida da mulher. O déficit estro-progestativo que se estabelece costuma se associar a diferentes sintomas que frequentemente incomodam as pacientes, comprometendo a sua qualidade de vida. O tratamento hormonal com esteroides ovarianos (TH) tem bons resultados, porém, nem sempre tem adesão das mulheres ou pode ser oferecido devido a contraindicações específicas, por isto as práticas integrativas e complementares (PIC) usadas isoladamente ou com a TH são uma possibilidade à saúde nessa fase da vida das mulheres. Este estudo objetivou comparar mulheres na transição menopausal com sintomatologia moderada ou intensa, atendidas na atenção primária, as quais puderam optar por receber TH (15 pacientes) ou participar de grupos de discussão de práticas não medicamentosas (9 pacientes). As pacientes foram avaliadas com relação aos sintomas com o índice de Blatt-Kupperman (IK) e qualidade de vida (QV), através do questionário WHO-QOL BREF, antes e após dois meses de acompanhamento. Os grupos foram semelhantes em relação à idade, Índice de Massa Corpórea e ocorrência de comorbidades, igualmente foram semelhantes em relação aos resultados iniciais dos IK e QV. Após acompanhamento em 30 e 60 dias observamos melhora estatisticamente significativa na sintomatologia e na QV no grupo que fez uso de TH e melhora significativa apenas para a sintomatologia climatérica nas pacientes atendidas no grupo de PIC. Assim, concluímos que o uso de TH isoladamente foi mais efetivo do que PIC isoladamente, a despeito de termos observado melhora nos sintomas para ambos os grupos.

Palavras-chave: climatério; terapias complementares; qualidade de vida; menopausa.

Abstract

Menopause transition has different representations in women’s life. The resulting estrogen-progestational deficit is usually associated with different symptoms that often bothers the patients, compromising their life quality. Hormonal treatment with ovarian steroids has good results, however, not always has women’s adherence, or it can be offered due to specific contraindication, hence integrative and complementary practices (ICP) used alone or together with hormonal treatment are possibilities to women’s health in that stage of their life. This study aimed to compare women with moderate or severe symptoms in menopause transition, seen in primary care, who could choose to receive hormonal treatment (15 patients) or participate in non-drug practices groups discussions (9 patients). The patients were evaluated regarding their symptoms, through Blatt-Kupperman index, and over their life quality using WHO-QOl BREF questionnaire before and after two months of follow-up. The groups were similar in terms of age, Body Mass Index and comorbidities occurrence, as well as regarding Blatt-Kupperman and quality life initial results. After 30- and 60-days follow-up we noted statistically significant improvement in symptoms, and about life quality in the group that used hormonal treatment, also significant improvement only for climacteric symptoms in patients treated in the ICP group. Thus, we concluded that the use of hormonal treatment alone was more effective than ICP alone, even though we observed an improvement in symptoms for both groups.

Keywords: climacteric; complementary therapies; quality of life; menopause.

Resumen

La transición a la menopausia tiene diferentes representaciones en la vida de una mujer. El déficit estrógeno-progesterona que se instaura suele estar asociado a diferentes síntomas que suelen molestar a las pacientes, comprometiendo su calidad de vida. El tratamiento hormonal con esteroides ováricos (TH) tiene buenos resultados, sin embargo, no siempre cuenta con la aceptación de las mujeres o puede ofrecerse por contraindicaciones específicas. Las prácticas integradoras y complementarias (PIC) utilizadas solas o junto con la TH se presentan como una posibilidad para ser utilizada en esta etapa de la vida de las mujeres. Este estudio tuvo como objetivo comparar mujeres en transición menopáusica con síntomas moderados o severos, atendidas en atención primaria de salud, quienes pudieron optar por recibir TH (15 pacientes) o participar en grupos de discusión sobre prácticas no farmacológicas (9 pacientes). Las pacientes fueron evaluadas respecto a los síntomas con el índice de Blatt-Kupperman (IK) y calidad de vida (CV) mediante el cuestionario WHO-QOL BREF, antes y después de dos meses de seguimiento. Los grupos fueron similares en términos de edad, Índice de Masa Corporal y ocurrencia de comorbilidades, así como similares en términos de los resultados iniciales de IK y CV. Tras un seguimiento de 30 y 60 días, observamos una mejoría estadísticamente significativa en la sintomatología y en la CV en el grupo que utilizó TH y una mejoría significativa solo en la sintomatología climatérica en las pacientes tratadas en el grupo de PIC. Así, concluimos que el uso de TH solo fue más efectivo que el PIC solo, a pesar de que observamos mejoría en los síntomas en ambos grupos.

Palabras-clave: climaterio; terapias complementarias; calidad de vida; menopausia.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Aguiar LS, Lysia SC, Ara O. Marco do envelhecimento feminino, a menopausa, sua vivência, em uma revisão de literatura. Rev. Kairós. 2015;18(2):149–65.

Casper ARF. Clinical manifestations and diagnosis of menopause. UpToDate. 2020:20–9.

Palacios S, Henderson VW, Siseles N, Tan D, Villaseca P. Age of menopause and impact of climacteric symptoms by geographical region. Climacteric. 2010 Oct;13(5):419-28. doi: 10.3109/13697137.2010.507886. PMID: 20690868.

Chedraui P, Blümel JE, Baron G, et al. Impaired quality of life among middle aged women: a multicentre Latin American study. Maturitas. 2008 Dec 20;61(4):323-9. doi: 10.1016/j.maturitas.2008.09.026. Epub 2008 Nov 17. PMID: 19010618.

Rozenberg S, et al. Is there a role for menopausal hormone therapy in the management of postmenopausal osteoporosis? Osteoporos Int. 2020;31:2271–2286.

Reus, et al. Revisiting the effects of menopause on the skin: functional changes, clinical studies, in vitro models and therapeutic alternatives. Mech Ageing Dev. 2020 Jan;185:111193. doi: 10.1016/j.mad.2019.111193

Prabakaran S, Schwartz A, Lundberg G. Cardiovascular risk in menopausal women and our evolving understanding of menopausal hormone therapy: risks, benefits, and current guidelines for use. Ther Adv Endocrinol Metab. 2021;12: 1–11. doi: 10.1177/ 20420188211013917

Angelou K, Grigoriadis T, Diakosavvas M, et al. The Genitourinary Syndrome of Menopause: An Overview of the Recent Data. Cureus. 2020 Apr 08;12(4):e7586. doi: 10.7759/cureus.7586

de Lorenzi DRS, Saciloto B, Artico GR, Fontana SKR. Quality of life and related factors among climacteric women from south Brazil. Acta Med Port. 2009 Feb 27;22(1):51–8.

Neves-e-Castro M. The only best way to care for climacteric women. Gynecol Endocrinol. 2017 Jul;33(7):501-2.

Pompei LM, et al. Consenso Brasileiro de Terapêutica Hormonal da Menopausa – Associação Brasileira de Climatério (SOBRAC). São Paulo: Leitura Médica; 2018.

Gonçalves AKS, Canário ACG, Cabral PU, et al. Impacto da atividade física na qualidade de vida de mulheres de meia idade: Estudo de base populacional. Rev Bras Ginecol Obstet. 2011;33(12):408–13.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS - PNPIC. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

Santos, LM, et al. Síndrome do climatério e qualidade de vida: uma percepção das mulheres nessa fase da vida. Rev APS. 2007 [acesso em 20 dez. 2021];10(1):20-26. Disponível em: http://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/Climaterio.pdf

Fleck MP, Louzada S, Xavier M, et al. Application of the Portuguese version of the abbreviated instrument of quality life WHOQOL-bref. Rev Saúde Pública [Internet]. 2000 [acesso em 14 jan. 2022];34(2):178–83. Disponível em: www.fsp.usp.br/rsp

Caregnato RCA, Mutti R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Texto contexto - enferm. 2006;15(4):679–84.

Costa ACB, Silva WO, Betim FCM. A acupuntura como tratamento auxiliar na diminuição de queixas gineco-patológicas: breve revisão. Rev Bras Prát Integr Complementares Saúde. 2021;1(1):4-15.

Pinheiro LKC, et al. Práticas integrativas e complementares: uma estratégia na promoção na saúde da mulher. RSD. 2021;10(17):e87101718147. doi: 10.33448/rsd-v10i17.18147

Ozcan H, Colak P, Oturgan B, Gülsever E. Complementary and alternative treatment methods for menopausal hot flashes used in Turkey. Afr Health Sci. 2019;19(4):3001-3008. doi 10.4314/ahs.v19i4.21

Gürler M, Kizilirmak A, Baser M. The effect of aromatherapy on sleep and quality of life in menopausal women with sleeping problems: a non-randomized, placebo-controlled trial. Complement Med Res. 2020;27:421-430. doi: 10.1159/000507751

Souza BMS, et al. Assistência à saúde da mulher climatérica: uma revisão de literatura. Res Soc Dev. 2021;10(17):e26101724332. doi: 10.33448/rsd-v10i17.24332

Publicado

2023-04-24

Cómo citar

FERRAZ DE SAMPAIO NETO , L.; ALCOLEA, C. F.; SIMONETI, R. M.; VALE, M. J. V. do .; SILVA, F. A. F. Estudo comparativo entre tratamento não medicamentoso e tratamento hormonal na transição menopausal. Revista Brasileira de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, [S. l.], v. 2, n. 4, p. 14–25, 2023. Disponível em: https://revistasuninter.com/revistasaude/index.php/revista-praticas-interativas/article/view/1278. Acesso em: 22 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos