Mediação e(m) educação: discursos e práticas
DOI:
https://doi.org/10.22169/revint.v6i12.41Resumo
Este texto centrar-se-á numa reflexão em torno da apropriação e mobilização linguística e praxeológica da palavra mediação, nomeadamente em contextos educativos. Apesar das práticas mais formais ou formalizadas de mediação serem ainda recentes entre nós – têm cerca de duas décadas – elas têm-se evidenciado em contextos diversos dos mais especificamente escolares ou educativas em sentido mais abrangente, ainda que, como temos salientado, qualquer prática de mediação é uma prática fundamentalmente educativa e social. A mediação é uma actividade educativa, pois o objectivo essencial é proporcionar uma sequência de aprendizagem alternativa (nomeadamente entre pessoas em conflito, explícito ou implícito) superando o estrito comportamento reactivo ou impulsivo, contribuindo para que os participantes no processo de mediação adoptem uma postura reflexiva. É também uma actividade social, pois promove a compreensividade entre os diferentes participantes no processo de mediação, defende a pluralidade, as diferentes versões sobre a realidade e fomenta a livre tomada de decisões e compromissos, contribuindo para a participação democrática e para a coesão social. Nesta intervenção intentaremos discernir sobre esta diversidade conceptual e praxeológica associada à mediação, as suas potencialidades e condicionamentos e, sobretudo, reflectir sobre os desafios educacionais e opções curriculares na escola que a mobilização de dispositivos de mediação nos contextos escolares/educacionais colocam, não deixando de, nesta reflexão, (r)elevar o papel dos actores participantes neste processo de educação para a autonomi(a)zação, cidadania e responsabilidade criativa e construtora de relações e interacções potenciadores de desenvolvimento pessoal e social.
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