Abordagem neuropsicológica do abuso sexual: conhecendo o que está por trás do predomínio de gênero do abusador
Abstract
O problema da pedofilia e do abuso sexual de menores vem crescendo no mundo todo e ganhando as manchetes de noticiários, porque, além de ser um ato de violência em si, praticado geralmente por pessoas próximas às crianças, muitas vezes envolve pessoas importantes e membros de instituições respeitáveis da sociedade que têm por tarefa assegurar a integridade física e mental das crianças. O que leva então um adulto a abusar sexualmente de uma criança? Usando como metodologia de pesquisa a revisão de literatura sobre o tema, com buscas também em indexadores como Scielo e MedLine, além de pesquisas em meios de imprensa, em serviços de acolhimento e cuidado às vítimas de abuso sexual, os dados coletados revelaram que, ao se analisar o perfil do abusador, há um grande predomínio do sexo masculino. Diante dessa constatação, pergunta-se: Por que os homens são mais propensos a esse tipo de conduta desviante? Haveria alguma causa neuropsicológica para essa predominância masculina? Teria alguma relação com as diferenças entre o cérebro do homem e o da mulher ou esse predomínio seria tão somente uma questão sociocultural? O presente artigo, além de confirmar esse predomínio de gênero masculino no perfil do abusador (ainda que haja agressores do sexo feminino), apresenta indícios evidentes da existência de alterações do funcionamento cerebral no pedófilo, no nível do córtex pré-frontal, do hipotálamo e do corpo caloso. Tais disfunções explicariam em todo ou em parte a ação violenta do abusador.
Palavras-chave: Neuropsicologia. Sexualidade. Abuso sexual. Diferenças cerebrais.