A utilização racional de antimicrobianos em uma unidade de urgência e emergência
Abstract
As doenças infecciosas atualmente representam grande importância mundial para a saúde, pois se não forem adequadamente tratadas, trazem o risco de desenvolvimento de microrganismos resistentes a antimicrobianos – e, portanto, do acometimento de enfermidades de difícil tratamento e cura. Para evitar o uso inadequado, estimula-se a dispensação controlada e somente mediante prescrição médica, buscando maior eficácia do tratamento antiinfeccioso. Objetivando-se verificar se a prescrição médica é garantia do uso mais adequado, foram levantados dados a respeito dos antimicrobianos prescritos a pacientes internados com diagnóstico de enfermidades infecciosas em uma unidade municipal com serviço de urgência e emergência, e posteriormente buscou-se em literatura se o medicamento escolhido é mais indicado ao tratamento da enfermidade em questão. Nos casos em que o medicamento escolhido não coincide com a indicação terapêutica para o diagnóstico realizado, foram investigadas as possíveis causas, dentre as quais limitações de disponibilidade de medicamentos, de conhecimento aprofundado do profissional prescritor com relação ao tratamento infeccioso, ou de exames complementares para o correto diagnóstico. Os resultados observados nos levam à percepção de que, nos casos em que os medicamentos prescritos divergem daqueles indicados para as enfermidades diagnosticadas, um estreitamento no contato interprofissional para a decisão do melhor tratamento para o paciente reduziria o risco de complicações relacionadas ao uso inapropriado de medicamentos. Neste contexto, pode ser inserido o farmacêutico atuando clinicamente para fornecer de apoio técnico ao prescritor, uma vez que é o profissional da área da saúde cuja formação é voltada ao medicamento.