Racismo: proximidades e distanciamentos nas percepções de estudantes e professores
DOI:
https://doi.org/10.22169/revint.v16i38.1926Resumo
RESUMO
Conhecer as percepções de estudantes e professores sobre distintos temas constitui-se de tarefa fundamental para proporcionar distintas interações no cenário da educação contemporânea. No Brasil, a temática do racismo constitui-se em dura e triste realidade social, cujas ações mancham a história do país, há muitos anos. O principal objetivo da investigação foi analisar as percepções de estudantes e professores de sétimo ano, de uma escola pública, em Porto Alegre (RS), em 2019, sobre o racismo. Para tanto, foi aplicado um questionário dividido em duas partes: a caracterização da amostra de investigação e a apresentação de seis afirmativas, pelas quais, a partir da escala Likert, os sujeitos deveriam afirmar seu grau de concordância, indiferença ou discordância. No questionário dos professores, ainda havia questão aberta, na qual os mesmos deveriam responder sobre as ações que realizam na busca de uma educação antirracista. Foi possível perceber que as proximidades nas percepções sobre o racismo entre estudantes e professores são maiores que os distanciamentos. Das seis frases apresentadas, em metade delas houve posturas de proximidade em relação aos sentidos atribuídos, e, na outra metade, foi possível perceber distanciamentos. Contudo, em uma análise mais detalhada, foi possível perceber que as proximidades superam os distanciamentos. Diversas ações para a promoção de uma educação antirracista foram citadas pelos professores, com destaque para debates, projetos literários e inclusão de personalidades negras. Dessa maneira, é possível considerar que, mesmo tratando-se de grupos com distanciamentos etários e sociais, as percepções sobre o racismo são diversas, mas próximas.
Palavras-chave: Racismo. Educação. Estudantes. Professores.
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