Argumentação em discurso na educação infantil: era uma vez João e Maria
DOI:
https://doi.org/10.22169/revint.v17i40.2293Resumo
Ao promover atividade em sala de aula em que o discurso autoritário (ORLANDI, 2015) predomina, os sentidos são regulados, e podem interditar os sujeitos-alunos a determinadas formações discursivas. Essas constatações suscitaram a necessidade de investigarmos, como ocorre a prática da argumentação oral na educação infantil. Para isso, partimos de um conto de literatura infantil, João e Maria (Ciranda Cultural), com a hipótese de que a literatura pode contribuir para que seja possível construir uma interlocução que coloque em funcionamento a argumentação. Este trabalho, tem como fundamentação teórica a Análise do Discurso pecheuxtiana, trata- se de um estudo de natureza qualitativa, cujo objetivo é o de analisar discursos produzidos, oralmente, por sujeitos que frequentam a 1ª etapa da educação infantil, com idade de quatro anos, de um Centro Municipal de Educação infantil (CMEI), do interior do estado de São Paulo. Os discursos que constituem nosso corpus foram produzidos pelos sujeitos-alunos, a partir da leitura e interpretação do conto clássico, sustentadas no funcionamento do discurso polêmico (ORLANDI, 2015). Esta pesquisa defende que a literatura deve estar em sala de aula como um direito e um modo de humanização, tal como nos sugere Cândido (1989). Por meio do paradigma indiciário de Ginzburg (1989), procuramos indícios para compreender os sentidos discursivizados sobre o conto João e Maria. Os resultados nos mostram que os sujeitos-alunos reproduziram a formação discursiva sobre saúde bucal, que circulou como dominante em um projeto feito pela escola, na época da nossa coleta de dados. Desse modo, a argumentação não abriu espaço para a disputa dos sentidos.
Palavras-Chave: Argumentação; Educação infantil; Discurso; Sujeito; Literatura.
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