Mulheres encarceradas: cartas e entrevistas sobre a vida na prisão (2004-2014)
Resumo
RESUMO
O tema proposto nesta pesquisa é a análise da invisibilidade das mulheres no sistema prisional feminino, temática esta de caráter subjetivo. Assim, o objetivo desse trabalho é investigar as causas da invisibilidade das mulheres encarceradas e se este problema está relacionado à questão de gênero, como uma forma de puni-las socialmente pelo crime praticado. A metodologia adotada é a revisão bibliográfica, e também a análise documental, que estuda cartas de mulheres privadas de liberdade destinadas a pessoas próximas e entrevistas realizadas no ano de 2017, na cidade de Curitiba, nas dependências do Escritório Social, antigo semiaberto. As mulheres entrevistadas cumpriam pena usando o monitoramento eletrônico e exerciam atividade laboral no Escritório. Foram entrevistadas três mulheres, cuja identidade é preservada; identificadas como Encarcerada 1, Encarcerada 2 e Encarcerada 3. Para a discussão proposta, foram utilizados os pesquisadores Erving Goffman e Michelle Perrot, que auxiliam na compreensão das questões penitenciárias e de gênero, e também Paul Thompson e Verena Alberti, que orientam na metodologia da história oral. O resultado da pesquisa permite constatar o reconhecimento das mulheres da sua própria invisibilidade, suas falas carregadas de sentimentos, e a comprovação de suas privações. Compreende-se, portanto, que são seres humanos; independentemente do ato praticado, há de se levar em consideração em que medida o sistema prisional, nas condições em que se encontra, consegue contribuir para a reinserção dessas mulheres na sociedade.
Palavras-chave: Mulheres. Sistema Penitenciário. Prisão. Invisibilidade.
ABSTRACT
The theme proposed in this research is the analysis of women´s invisibility in the female prison system, a subjective thematic. Thus, the objective of this paper is to investigate the causes of the invisibility of incarcerated women and if this problem is related to gender, as a way of socially punishing them for the crime committed. The methodology adopted is the literature review, as well as the document analysis, which studies letters from women deprived of their liberty, to people close to them, and interviews held in 2017, in the city of Curitiba, in the premises of the Social Office, formerly semi-open. The women interviewed served their sentences using electronic monitoring and worked in the office. Three women were interviewed, whose identity is preserved; identified as Incarcerated 1, Incarcerated 2 and Incarcerated 3. For the proposed discussion, researchers Erving Goffman and Michelle Perrot were consulted to assist in the understanding of penitentiary and gender issues, as well as Paul Thompson and Verena Alberti, who guide the methodology of oral history. The result of the research shows the recognition by women of their own invisibility, their speech loaded with feelings, and the proving of their deprivation. It is understood, therefore, that they are human beings; regardless of the act performed, it must be taken into account the extent to which the prison system, under its current conditions, contributes to the reintegration of these women into society.
Keywords: Women. Penitentiary system. Prison. Invisibility.
RESUMEN
El tema que se propone en esta investigación es el análisis de la invisibilidad de las mujeres en el sistema penitenciario femenino, tema este de carácter subjetivo. Así, el objetivo de este estudio es investigar las causas de la invisibilidad de las mujeres encarceladas y si este problema se relaciona con la cuestión de género, como forma de castigarlas socialmente por el crimen cometido. La metodología adoptada es la revisión bibliográfica y el análisis documental, que estudiará cartas de mujeres privadas de libertad, dirigidas a personas conocidas, así como entrevistas realizadas en el año 2017, en la ciudad de Curitiba, en las dependencias de la Oficina Social, antiguo presidio semiabierto. Las mujeres entrevistadas cumplían pena utilizando el monitoreo electrónico, y ejercían actividad laboral en la Oficina. Se entrevistaron tres mujeres, cuya privacidad será preservada y que serán identificadas como Reclusa 1, Reclusa 2 y Reclusa 3. Para la discusión, se revisaron los investigadores Erving Goffman y Michelle Perrot, quienes aportan a la comprensión de las cuestiones penitenciarias y de género, así como Paul Thompson y Verena Alberti, quienes auxilian en la metodología de la historia oral. Los resultados del estudio permiten constatar el reconocimiento de las mujeres acerca de su propia invisibilidad, su habla cargada de sentimientos y la comprobación de sus privaciones. Se comprende que se trata de seres humanos; independientemente del acto practicado, hay que considerar en qué proporción el sistema penitenciario, en las condiciones en que se encuentra, logra contribuir para la reinserción de esas mujeres en la sociedad.
Palabras-clave: Mujeres. Sistema Penitenciario. Cárcel. Invisibilidad.