O tribunal do santo ofício da inquisição

Autores

Resumo

Resumo

A presente pesquisa tem a finalidade de compreender a jurisdição que conduziu o Tribunal da Inquisição. Examina-se como um tribunal com características tão rígidas funcionou por tantos séculos e contou com o apoio de diversas personalidades. A Inquisição foi contextualizada, entretanto, para evitar anacronismos históricos, além de resultados simplistas e arbitrários. O objetivo geral da investigação é entender os aspectos jurídicos da Inquisição, especificamente, os principais elementos que embasavam as sentenças de heresia. Serão descritas e analisadas as principais penas aplicadas pelo Tribunal e sua possível influência na contemporaneidade. O estudo adotou como metodologia a abordagem de cunho descritivo. Como fontes primárias, foram utilizados documentos eclesiásticos, datados do período em questão. As fontes secundárias consultadas foram obras bibliográficas com ênfase na Inquisição e no âmbito jurídico. Os resultados elucidaram que a religião — elemento primordial para a sociedade da época — fomentou a existência da Inquisição por tantos anos. Esse fator, contudo, não justifica os inúmeros ultrajes e abusos ocorridos. A análise indica, apenas, que os códigos de conduta não são estáticos, mas mutáveis e dinâmicos.

Palavras-chave: Inquisição. Idade Média. Jurisdição. Heresia.

Abstract

This research aims to understand the jurisdiction that led the Inquisition Tribunal. It is examined how a court with such rigid characteristics worked for so many centuries and had the support of several personalities. However, the Inquisition was contextualized, in order to avoid historical anachronisms, in addition to simplistic and arbitrary results. The general objective of the investigation is to understand the legal aspects of the Inquisition, specifically, the composition of the main elements that based the heresy judgements. The main penalties applied by the Tribunal and their possible influence on contemporaneity will be described and analyzed. The study adopted a descriptive approach as methodology. Primary sources composed of ecclesiastical documents, dated from the period in question, were used. Secondary sources were also consulted, such as bibliographic works with an emphasis on the Inquisition and the legal sphere. The results elucidated that religion — a primordial element for the society of the time — fostered the existence of the Inquisition for so many years. This factor, however, does not justify the countless outrages and abuses that have occurred. The analysis only indicates that the codes of conduct are not static, but changeable and dynamic.

Keywords: Inquisition. Middle Ages. Jurisdiction. Heresy.

Resumen

Esta investigación tiene el propósito de comprender la jurisdicción que sostuvo el Tribunal de la Inquisición. Se estudia cómo un tribunal con características tan rígidas pudo funcionar durante tantos siglos, contando con el apoyo de diversas personalidades. La Inquisición ha sido contextualizada, sin embargo, para evitar anacronismos históricos, además de resultados simplistas y arbitrarios. El objetivo general de la investigación es entender los aspectos jurídicos de la Inquisición, en específico los elementos principales en que se fundamentaban las sentencias de herejía. Se describirán y analizarán las principales penas aplicadas por el Tribunal y su posible influencia en la actualidad. El estudio adopta como metodología un acercamiento descriptivo. Como fuentes primarias, se utilizaron documentos eclesiásticos, fechados en el período en consideración. Las fuentes secundarias consultadas fueron obras con énfasis en la Inquisición y en el ámbito jurídico. Los resultados aclararon que la religión — elemento primordial para la sociedad de la época — sostuvo la existencia de la Inquisición durante todos esos años. Ese factor, sin embargo, no justifica los innúmeros ultrajes y abusos cometidos. El análisis indica, por lo tanto, que los códigos de conducta no son estáticos, sino mutables y dinámicos.

Palabras-clave: Inquisición. Edad Media. Jurisdicción. Herejía.

Biografia do Autor

Thalita dos Santos Melo, UNINTER

Professora de História, estudante de Pedagogia e Psicopedagogia.

Referências

ABREU, J.L. Sociedade Urbana e conflitos sociais na idade Média. Revista de Humanidades, v.5, n. 11, p. 643-657, 2004

ANITUA, Gabriel Ignácio. Histórias dos pensamentos criminológicos. 1. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2008.

AQUINO, Felipe. Para entender a Inquisição. 8. ed. Lorena: Cléofas, 2014

BERNARD, José. A Inquisição, História de uma instituição controvertida. 1. ed. Petrópolis: Santa Cruz, 2016.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão: causas e alternativas. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. 3. ed. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Paulinas, Loyola, Ave-Maria, 1993.

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. Tradução de Maria Betânia Amoroso. 1. ed. Brasil: Companhia de Bolso, 2006.

GONZAGA, João Bernardino. A Inquisição em seu mundo. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1993.

GONZALES, Justo L. Uma História Ilustrada do Cristianismo. São Paulo: Vida Nova, 1995.

LEA, H.C. Histoire de l’Inquisition au Moyen-Age.1 ed. Paris: A Picard, 1986.

LE GOFF, Jacques. As Raízes Medievais da Europa. 1 ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval.1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

MAX, Fréderic. Prisioneiro da Inquisição. 1. ed. Porto Alegre: L&PM, 1992.

MOCZAR, Diane. Sete mentiras sobre a Igreja Católica.1. ed. Rio de Janeiro: Castela, 2010.

PERNOUD, Régine. O mito da Idade Média. 101. ed. Portugal: Europa-América, 1977.

PERNOUD, Régine. Joana D’Arc – A mulher forte. 1. ed. São Paulo: Paulinas, 1996.

PETERS, Edward, História da tortura. 1. ed. Portugal: Ática, 1989.

ROPS, Daniel. A Igreja das Catedrais e das Cruzadas. 3. ed. França: Quadrante,1993.

SAN DIEGO MUSEUM OF MAN. Medieval Imposter: The Iron Maiden. Disponível em: http://www.museumofman.org/medieval-imposter-iron-maiden/. Acesso em: 08 agosto. 2017.

SAVELLE, Max. História da civilização mundial. 1. ed. Belo horizonte: Lisa, 1968.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

SOUZA, N. et al. Aspectos da inquisição Medieval. Revista Cultura Teológica, v.19, p. 59-88, 2011.

VIDE, Dom Sebastião Monteiro da. Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. São Paulo: Tip, 1853.

WIEACKER, Franz. História do direito privado moderno. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1967.

Downloads

Publicado

2020-11-16

Como Citar

MELO, T. dos S. O tribunal do santo ofício da inquisição. Humanidades em Perspectivas, [S. l.], v. 2, n. 5, 2020. Disponível em: https://revistasuninter.com/revista-humanidades/index.php/revista-humanidades/article/view/33. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos