A história oral para trazer à tona aspectos da identidade docente
DOI:
https://doi.org/10.22169/revint.v16i37.1813Resumo
Resumo
O ensaio é dividido em três momentos: primeiramente enfocamos acerca da história da História Oral para fornecer ao leitor um parâmetro geral enquanto campo de constituição; na sequência se conceitua a História Oral onde se ampara de Delgado (2006), Verena Alberti (2004), Meihy e Ribeiro (2011), Thompson (1992); Portelli (1991) , ou seja, estas referências sustentam a linha de pensamento fundante sobre o que significa este aporte metodológico; nos momentos finais equaciona-se aspectos que podem amparar futuras investigações que se apropriem da HO na construção da identidade docente. Assim, o objetivo central do trabalho é o de incentivar aos pesquisadores da História da Educação a cercearem-se deste instrumento como um veio para detectar as singulares culturas das práticas escolares dos professores nas diversas instituições educacionais. O aporte metodológico é de cunho qualitativo tendo como fonte de análise as referências bibliográficas. Ademais, justificamos a análise desde porque a partir de 1980 as pesquisas incluem a História Oral como um potente campo para se aferir as experiências e as memórias de docentes rompendo o viés tradicional de narrativa para oportunizar que estes protagonistas deem voz as suas históricas que são particulares, infinitas e ininterruptas, bem como, oportuniza uma abertura para novas problematizações. Em linhas conclusivas, trabalhos que se amparem do método possibilitam que os pesquisadores da área atuem em duas operações epistemológicas: o de compreender e interpretar a identidade docente através de suas trajetórias de vida encetando aspectos dos itinerários dos professores ao longo de diferentes tempos e espaços escolares.
Palavras-chave: Metodologia de pesquisa. História da formação de professores. História da Educação.
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