A inclusão social e cultural de educandos com deficiências e Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) no ensino regular
DOI:
https://doi.org/10.22169/revint.v16i39.2112Resumo
A aprendizagem de estudantes das classes de aceleração no ensino regular necessita de transformações pedagógicas na prática dos professores. Para tanto, é preciso pautar-se em concepções que favoreçam a inclusão social e cultural e a definição de prioridades para o processo de ensino e aprendizagem. O objetivo do artigo é identificar a percepção dos agentes da escola e estudantes em relação à inclusão social e cultural, considerando a realidade dos estudantes. A pesquisa foi de abordagem qualitativa, fundamentada em Triviños (1987), Mantoan (2003), Freire (1996), Arroyo e Silva (2012), Blanco (2003) entre outros e envolveu observações sobre a prática pedagógica dos professores em sala de aula, nas reuniões com pais, nos conselhos de classe e entrevistas semiestruturadas com os professores e estudantes. O campo de pesquisa foi uma classe de aceleração (6º e 7º anos do ensino fundamental) em uma escola da rede pública do estado do Paraná. O material para a pesquisa tomou como referência as disciplinas de Educação Física, Matemática, História, Português, Geografia, Ciências. Os resultados demonstraram que: as concepções adversas se sobrepuseram às favoráveis quanto à inclusão social e cultural dos estudantes, o que interferiu no processo de aprendizagem; a prática pedagógica e o acompanhamento dos educandos tendem a priorizar aspectos específicos do fazer pedagógico, em detrimento de sua dimensão de totalidade. Há evidências sobre a crença de que os estudantes não aprendem, pois não se dedicam aos estudos ou possuem deficiências e transtornos que os impedem de aprender. Há também desconhecimento, por parte dos professores, sobre o conceito de currículo flexível, adaptação curricular e avaliação, citados pela literatura. Constata-se ainda uma ênfase na aprendizagem centralizada no ensino de conteúdos, o que dificulta a construção de um pensamento crítico, reflexivo e criativo dos educandos no processo de ensino e aprendizagem.
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Referências
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